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domingo, 26 de outubro de 2008

ARS LITTERARIA (9): O destino turístico, novo livro de Rui Zink


O DESTINO TURÍSTICO : ficção ou realidade?


O escritor e professor universitário Rui Zink deu à estampa o seu último livro. O lançamento "oficial" ocorreu no passado domingo, dia 26 de Outubro de 2008, pelas 17hoo, na FNAC Chiado, com sala cheia para ouvir a apresentadora, a escritora Inês Pedrosa, actual directora da Casa Fernando Pessoa, e, é claro, o próprio autor. Sala cheia: intervenções dos "conferencistas", e a habitual sessão de autógrafos. As performances são efémeras, como se sabe, e delas beneficiou apenas quem lá esteve, mas o livro, esse aí está.

Sinopse:

«Há um sítio onde se faz turismo de guerra. Quem lá vai quer assistir e participar ao vivo em bombardeamentos, explosões e atentados. Há anos que a Zona é tristemente célebre pelo estado contínuo de guerra civil… é um verdadeiro “paraíso infernal”. Greg parece ser apenas mais um turista, mas o seu guia – após o desaparecimento de uma delegação de observadores filipinos – começa a questionar as suas verdadeiras intenções. Porque será que Greg decidiu visitar aquele inferno de horror quotidiano?!».

Citações de alguma crítica especializada:

"O meu texto favorito é um que doravante usarei como referência. Citá-lo-ei a amigos, farei cópias para os mais próximos (esperando não ser processado por violação de direitos de autor). (...) É uma tremenda história, esta de Rui Zink, acerca do apocalipse de que todos somos testemunhas"
- Sheheryar B. Sheikh, in Newpages.com

"Um escritor extremamente original no vasto universo da literatura portuguesa contemporânea"
- Helena Vasconcelos, in Colóquio Letras

"É possível ter uma perpectiva inovadora sobre as coisas banais? Sim. É isso que faz Rui Zink"
- Tiago Damião, Atlântico


Trata-se, quanto a nós, de uma verdadeira obra-prima (ler para crer, como São Tomé, e nós já o fizemos!), ainda que sendo um livro "duro", num registo distinto da maioria das suas anteriores produções de escrita ficcional - diametralmente oposto ao precedente e "terno" romance A Espera - mas de uma notável poética plena de sentidos múltiplos que catapulta o leitor acima do caos descrito e paradoxalmente, elevando-o acima da realidade, lhe fornece uma maior objectividade, tudo numa dinâmica avassaladora mas com uma escrita cuidadosa que atenta no detalhe, e simultaneamente com um suspense que nos deixa agarrados ao livro até chegarmos ao fim, e mesmo para lá dele, pois somos levados a uma reflexão sobre os actuais caminhos da (des)humanidade. Obra singularmente "profética", no rescaldo da "Bush Era", diríamos quase obrigatória para compreender a crise (note-se que o texto foi escrito antes desta se revelar aos olhos de todos nós) e o que ela nos pode reservar ainda...

Em suma, um livro em tudo diferente do que é habitual na literatura portuguesa, Ars Litteraria recomenda vivamente. Ah, tem também uma belíssima capa...

Preço módico: ca. 15 €